sábado, 16 de março de 2019

Faleceu em Recife Periperi, exemplo de vida!

Da Redação Paulo Afonso Esportes

Faleceu na tarde deste sábado (16) na cidade de Recife, Hamilton Ferreira Leal, ex-goleiro do Bahia. Periperi ou seu "Peri", como era conhecido no meio esportivo e por seu entes mais queridos, tinha 91 anos e nasceu em Salvador. Foi criado no subúrbio ferroviário de Periperi e jogou 02 (dois) amistosos pela Seleção Brasileira contra o Chile, onde o Bahia representou a Seleção Canarinha. Ganhou o apelido dos chilenos de "O Pequeno Elástico". Carinhosamente, "Seu Peri" chamava todos os seus amigos de "Nêgo".
Periperi nos deixa com a certeza que podemos ser felizes praticando Esportes!

Confira Reportagem do www.correio24horas.com.br com Periperi (27/04/2018):

Seleção Baiana: goleiro Periperi ganhou até apelido dos chilenos

Apesar da euforia pela conquista da segunda edição da Taça O'Higgins, a mídia chilena arranjou um espaço considerável para falar do goleiro brasileiro Periperi, responsável por defesas milagrosas nos dois jogos realizados em Santiago, em que a Seleção Baiana representou a Seleção Brasileira.
Além de chamá-lo de “Pequeno elástico”, em referência ao seu tamanho (1,70m) e flexibilidade, ressaltou o fato de o time do Brasil se desestabilizar após ele ter deixado o campo contundido durante a prorrogação, após uma dividida com o atacante Fernández.
Torcedor do Galícia, Amílton Ferreira Leal, 90 anos, nascido em Salvador e criado no subúrbio ferroviário de Periperi, sempre recebeu em sua carreira, iniciada no Vitória no começo dos anos 50 do século passado, elogios generosos por sua agilidade e colocação.
“Numa partida no Pacaembu, entre as seleções baiana e paulista, em 1957, tive uma grande atuação, defendendo inclusive um pênalti cobrado por Pepe, que possuía um canhão no pé esquerdo”, lembra Periperi, ao frisar ter sido naquele dia parabenizado até pelos adversários.
“Pelé estava na reserva e, ao entrar em campo, mudou o jogo. Apesar dos cuidados de Nelinho, ele marcou duas vezes na vitória de São Paulo por 3x1. Num desses gols, ao buscar a bola no fundo das redes, passou a mão na minha cabeça e disse: 'goleiro, você é bom, mas sozinho não vai fazer muita coisa'”, conta.
Reserva de Nadinho no título estadual pelo Vitória em 1953 – o primeiro do clube na era profissional – e inconformado com a situação, Periperi optou por dar baixa na Aeronáutica, onde servia e já alcançara a patente de cabo, e se transferiu no ano seguinte para o Fluminense de Feira, que formava o elenco para competir, pela primeira vez, na divisão de profissionais do Campeonato Baiano.
Ídolo no novo clube, foi vice-campeão estadual em 1956, perdendo o título para o Bahia, e diversas vezes convocado para participar do selecionado baiano, que disputava o antigo Campeonato Brasileiro de Seleções.
Parceiro de Garrincha e Nílton Santos no Botafogo
Em 1952, o goleiro teve uma rápida passagem pelo Botafogo do Rio, onde conviveu com craques como Garrincha, Nílton Santos, Geninho (técnico campeão brasileiro pelo Bahia, em 1959) e Pirilo. “Em General Severiano, tinha goleiro demais. Oswaldo Baliza e Gílson, que jogaram mais tarde pelo Bahia, além de Amauri e Arízio, e eu resolvi então voltar para Salvador”, explica.
Com sérios problemas nos meniscos, Periperi encerrou a carreira em 1960 e, logo a seguir, aceitou um convite da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) para treinar a Seleção de Paulo Afonso. Na empresa, onde ingressou como escrevente, exerceu os cargos de auxiliar de escritório e professor de educação física, aposentando-se como coordenador da equipe de mergulho.
Radicado no município há 58 anos e orgulhoso com o título de cidadão paulo-afonsino, concedido pela Câmara Municipal em 1995, ele mora na rua do Ouvidor, no antigo acampamento da Chesf, ao lado da mulher Waldir. Sua casa, sempre frequentada pelos filhos Walmir, Djalma, Jorge, Tânia e Ana, genros, noras, netos e bisnetos, tem os muros pintados de verde e amarelo em homenagem à Seleção Brasileira.
Sobre a participação na II Taça O'Higgins e que lhe valeu uma remuneração de um salário mínimo (Cr$ 3,8 mil na época), lembra que, durante a prorrogação do segundo jogo, recebeu uma entrada desleal de Fernández, que atingiu a perna direita, obrigando-o a deixar o campo e a ser substituído por Albertino, então goleiro do Vitória.
“Naquele momento, o Chile pressionava, mas nós nos defendíamos bem, jogávamos fechadinhos”, revela, acrescentando que o objetivo do Brasil era manter o 0x0. “Não havendo data disponível para uma 'negra', por conta da participação chilena nas eliminatórias para a Copa da Suécia, diante de argentinos e bolivianos, ficara definido que o empate na prorrogação daria a vitória à seleção visitante”, explica.
Destaque do jogo, sua saída fez falta à equipe brasileira, que levou um gol aos 12 minutos da primeira fase do tempo extra, através do maldoso Fernández. Ele soube de maneira inusitada: “Quando era levado numa ambulância para o hospital, um enfermeiro que me acompanhava deu uma risada e eu perguntei o que houve. Ele respondeu alegremente: o Chile fez um gol.

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